domingo, 21 de dezembro de 2008

INCLUSÃO ≠ EXCLUSÃO? - Graciele Marjana

Inserir no mesmo espaço o diferente o inominável...

Negar, desativar, ordenar a diferença...

Canalizar e criar novos significados, novas formas de se manifestar...

Ludibriar aquilo que nos perturba, conduzir para o silêncio...

Unificar a pluralidade, fazer surgir uma única realidade...

Segregar o outro nas diversas formas de camuflar sua diferença...

Aniquilar o inominável trazendo-o para o lócus do governamento...

Omitir a cultura, a língua, a identidade e as formas de se fazer representar...

Ficam evidentes nesta transversalidade os atravessamentos produzidos pelas técnicas de controle e de vigilância postas em operação pela maquinaria escolar frente à discursividade inclusiva exposta na vitrine dos planejamentos e políticas educacionais.


Memórias Visuais de Liege


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sobre a inclusão - William

SOBRE INCLUSÃO...

Cinco surdos estavam juntos com um grupo de ouvintes e com eles um intérprete de LIBRAS, conforme lei do MEC que regulamente a presença do intérprete. Ao surdo a dificuldade é a perda da sua identidade surda, isto pelo poder de influência dos ouvintes como maioria na sociedade que não conhecem a sociedade nem a comunidade surda. O MEC defende a igualdade entre os cidadãos e a inclusão. Eu lembro de minha vida como estudante na ULBRA no curso de Educação Física. Na sala de aula um tipo de inclusão, onde a maioria era ouvinte e uma ou duas pessoas surdas. Para o surdo é muito difícil, pois a preocupação dos ouvintes é com a sua sociedade ouvinte e não com os surdos. Eu sempre mostrava a questão do surdo na escola, sua comunidae e cultura surda. O que falta é esta troca de informação. Esta é minha opinião como surdo, pois não sei dos ouvintes. Eu já sou formado em Educação Física há muito tempo. Aprendi pouco nas disciplinas. Quando faltava, não havia nenhuma preocupação comigo. Agora estou novamente na faculdade cursando Letras/LIBRAS. Pela primeira vez estou numa sala de aula somente com surdos. Trocamos muitas informações e temos uma relação intensa. Aprendo muito com os surdos. Fico emocionado vendo esta comunicação visual usando as próprias mãos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Fernanda Pacheco Magnus - Deixem-nos ser surdos.

A importância da Escola de Surdos.

O surdo é um sujeito com direitos iguais a qualquer outra pessoa. Durante seu desenvolvimento, várias questões envolvendo a surdez atrapalharam seu desenvolvimento. Uma delas que ainda permanece, em minha opinião, é que a surdez pode ser curada, ou melhor, explicando que é uma doença.
A escola surge para o benefício das pessoas. Assim sendo o surdo como pessoa também tem o direito há um lugar que seja respeitado como sujeito capaz e pronto para desenvolver-se. A Escola para Surdos é o lugar eleito por uma comunidade para que seu desenvolvimento ocorra.
Nesta escola sua cultura, identidade são respeitados, elevando a auto-estima e firmando conceitos dificilmente passados pela família.
A língua é ensinada juntamente com o conhecimento específico e informações gerais necessárias.
A inclusão pode ser a resposta para algumas questões, mas depende de qual inclusão. Sei que na educação de surdos não é possível, mas podemos criar estratégias, onde a colaboração, o conhecimento ao outro, o desenvolvimento e valorização das diferenças entre os próprios surdos possam ser valorizadas.
Enfim, temos uma educação e sentimo-nos respeitados no ambiente educacional. É o lugar escolhido e conquistado para a nossa educação e o mais importante é que somos profissionais capacitados sujeitos transformadores e modelos para futuras gerações. Portanto deixem-nos ser SURDOS e respeitem-nos como pessoas capazes e sujeitos pensantes.


Lucila - Punctuns


Tempos de escola

Fui para a Escola Especial Concórdia, onde me formei. Lá eu fiz da sexta até o segundo grau. A corda tem uma dobra. Na época, a escola Frei Pacífico tinha apenas as séries iniciais.


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