quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Não à inclusão - Liège Gemelli Kuchenbecker

POR QUE CONTINUAR COM AS ESCOLAS PARA SURDOS?

Um breve relato:

Sou Especialista em Educação Especial na Educação Infantil e o caminho rumo a esta formação foi árduo. Digo isto, pois conforme o nome informa: Educação Especial na Educação Infantil, quer dizer inclusão na Educação Infantil. A minha especialização foi repleta de discussões, colegas e professoras não compreendiam a minha “bandeira” contra a inclusão das crianças surdas em escolas regulares de ensino. Foi então que as professoras me disseram que eu deveria defender no TCC: “Por que as crianças surdas devem estar entre seus pares e grupos de crianças surdas nas escolas especiais e não inseridas nas redes regulares de ensino em meio às crianças ouvintes?” A professora orientadora do meu TCC, visitou a escola especial para surdos em que trabalho, ela ficou encantada com o desenvolvimento dos alunos, principalmente aqueles em processo de aquisição da linguagem. O título do meu TCC: “A criança surda e a Educação Infantil”, página por página busquei comprovar a importância das crianças surdas estarem entre os seus pares, após a defesa do meu TCC, me emocionei, pois as professoras que tanto discutíamos, disseram que mudaram seus posicionamentos em relação às escolas especiais para surdos.

A língua dos surdos está no sinal, é por maio dele que o sujeito compreende e interfere no mundo. Se a oralização trouxer como conseqüência o aprender uma fala ausente de significado e história, então essa “linguagem” não traz sentido para a multifuncionalidade das mãos, na composição do brincar, como característica do modo de funcionamento lúdico de crianças surdas, tornando-se, portanto, dispensável e absurdo fazer o surdo falar para que ele consiga, com referencial no universo ouvinte, brincar pela via oral/artificial. (SILVA, 2002, p. 28).

Liège Gemelli Kuchenbecker

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