Oi querida amiga Fernanda Pacheco de Souza, nós não conversamos ainda, mas vai ser um prazer poder contar um pouco da minha história através desta carta...
Minha família percebeu que eu e a minha irmã gêmea éramos surdas aos dois anos de idade.
Houve estimulação da linguagem por parte da minha irmã mais velha (hoje falecida), ela se comunicava conosco através da LIBRAS e quanto aos meus pais, nos comunicávamos através da leitura labial.
Toda a minha formação, ensino fundamental ao médio, se deu em uma escola especial para surdos em Porto Alegre.
Ingressei no magistério em 1994 com pessoas ouvintes, pois não havia magistério especial para surdos. Minha irmã, sempre que possível, traduzia as aulas e também tive o apoio de duas colegas do curso que me apoiaram nos estudos. No magistério descobri a importância de continuar estudando, queria mais e então ingressei no curso de Pedagogia e comecei a trabalhar como professora das séries iniciais e permaneço assim até os dias atuais. Sou muito feliz nesta caminhada.
Me formei em 2004 e sou apaixonada pela minha profissão de professora de surdos. Nas minhas aulas posso trabalhar a cultura surda, além de ser um modelo de surda adulta, posso auxiliar os meus alunos na construção da identidade surda.
Pretendo continuar atuando como professora e participando na luta em defesa dos direitos dos surdos e por uma educação de qualidade.
Sabe que os nossos nomes são parecidos?
Sou Fernanda Pacheco Magnus,
Abraços.